Moçambique e Angola assinaram quinta-feira, em Maputo, um memorando de entendimento que prevê a partilha de investimentos e de conhecimentos nas áreas de geologia e minas, anunciou a ministra dos Recursos Minerais moçambicana, Esperança Bias.

O conhecimento angolano na exploração de diamantes e a experiência moçambicana na área da geologia são as duas principais matérias de interesse, que Moçambique e Angola pretendem ver dinamizadas com o acordo. “Queremos usar o conhecimento que os angolanos têm (exploração de diamantes), no sentido de avançarmos um pouco mais e definirmos se Moçambique tem ou não diamantes e, se tem, em que quantidade e qual a sua localização”, disse Esperança Bias.

A ministra disse ainda que as “empresas públicas dos dois países” irão definir como “avançar em trabalhos geológicos conjuntos”, estando previsto que, até ao final do ano, sejam conhecidas as formas de entendimento, abrindo-se, então, espaço para a entrada da iniciativa privada nos futuros projectos.

Garantindo o interesse angolano no “potencial de Moçambique”, o ministro da Geologia e Minas de Angola, Francisco Queiroz, que se encontra em Maputo a convite da sua congénere, elogiou a experiência moçambicana na área da geologia, apelando ao investimento entre as empresas dos dois países.

O ministro angolano garantiu ainda que o seu país “vai partilhar com Moçambique a sua experiência na elaboração de um Código Mineiro, que crie maior transparência da informação geológica e mineira.” Durante a visita de Filipe Queiroz ao Museu de Geologia moçambicano, em Maputo, o director da instituição, Luís Costa Júnior, avançou a possibilidade de a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) poder vir a criar um “bloco geológico e mineiro”.