A empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) está a desenvolver vários projetos para melhorar a eficiência ferro-portuária face a descoberta de minérios e hidrocarbonetos, iniciativas que passam pela remodelação e/ou construção de portos de águas profundas.

Nos últimos anos, a empresa pública Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) expandiu os seus sistemas ferroviários no sul, centro e norte.

Uma das apostas é a linha ferroviária de Ressano Garcia, que liga o Porto de Maputo à República da África do Sul, numa extensão de 88 quilómetros, bem como a Linha de Goba, que liga o mesmo porto ao Reino da Suazilândia, numa extensão de 74 quilómetros.

A Linha de Limpopo, com 534 quilómetros, também representa uma das apostas daquela empresa pública, que
considera esta a maior linha férrea do sistema ferroviário do sul, por possibilitar a ligação entre o Porto de Maputo à República do Zimbabwe.

A empresa está, segundo a Lusa, a investir também seis milhões de euros na reabilitação de 54 quilómetros da linha férrea para suportar a circulação de 3,4 milhões de toneladas anuais, contra as atuais 600 mil toneladas de carga entre a cidade industrial da Matola e a localidade de Salamanga, distrito de Matutuíne, sul.
Em 2012, a CFM iniciou a construção da Linha Férrea Moatize-Nacala-a-Velha via Malaui, no quadro da implementação do projeto do Corredor do Norte.

A companhia ferroviária moçambicana também apostou na reabertura da Linha de Sena, um troço que havia sido reabilitado no período do conflito armado e que é descrito como sendo fundamental para o desenvolvimento das províncias de Sofala e Tete.

Nos últimos anos, outro desafio do CFM foi a construção de um novo terminal de carvão no Porto da Beira, no centro do país, com capacidade até 20 milhões de toneladas por ano, destinado ao escoamento do carvão de Moatize, na província de Tete, centro de Moçambique, que alberga as maiores reservas daquele mineral do mundo.

Diversas estimativas indicam que nos próximos cinco anos Moatize poderá produzir anualmente mais de 100 milhões de toneladas de carvão.

Até 2033, o consórcio multinacional Maputo Port Development Company (MPDC), que gere o Porto de Maputo, vai investir 550 milhões de euros para poder manusear até 45 milhões de toneladas de carga por ano naquele que é um dos mais importantes portos do país.

O presidente do MPDC, Dave Rennie, afirmou na mais recente publicação da empresa que, até 2020, a empresa tem o objectivo de transportar 50 milhões de toneladas, considerando que “desde o início de 2013 algo ficou claro na mente de toda a equipa do MPDC: este é o ano de concretização”.

O vasto plano do CFM, o de melhoria da eficiência ferro-portuária, resultante do “boom” dos recursos minerais em Moçambique, inclui ainda a implantação de portos de águas profundas nas zonas sul e norte.

Até 2015, Moçambique pretende construir um porto de águas profundas em Nacala-a-Velha, em Nampula, no norte, e outro na Ponta de Techobanine, a cerca de 60 quilómetros de Maputo, sul, que pretende criar condições para a exportação de minerais oriundos do Botsuana, devendo os projetos servir também a África do Sul e o Zimbabwe.
in O País