O transporte de passageiros ao longo da linha de Sena, que liga a cidade portuária da Beira e a vila carbonífera de Moatize, num trajeto total de 575 km, incluindo o ramal Inhamitanga/Marromeu, passará de uma para pelo menos duas carreiras por semana.

Para o efeito, o Conselho de Administração da Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique está já a encetar "demarches" na vizinha República da África do Sul visando adquirir um número ainda não especificado de carruagens, sendo que 12 se destinam ao CFM-Centro, concretamente a linha de Sena.
O processo, a concretizar-se ainda brevemente, conforme revelou em exclusivo ao “Notícias” o diretor-executivo do CFM-Centro, Cândido Jone, vai aliviar sobremaneira a atual situação de superlotação de viajantes neste trajecto.
O comboio de passageiros constitui neste momento única “tábua de salvação” no chamado Corredor de Sena, pois as estradas encontram-se em péssimas condições. Os viajantes são transportados em condições praticamente sub-humanas, empoleirados nos camiões expostos a poeiras, chuva e sol intensos.
Como se não bastasse, o Governador de Sofala, Félix Paulo, foi confrontado pela comunidade do Baixo-Zambeze durante a sua primeira visita de trabalho que desde semana passada efetuava e que terminou ontem aos distritos de Caia e Marromeu com a necessidade de pressionar os CFM no sentido de aumentarem as carreiras na linha de Sena.
No posto administrativo de Sena, por exemplo, uma das intervenientes no comício orientado por Félix Paulo chegou mesmo a sugerir carruagens especificamente reservadas para as principais estações ferroviárias, sendo que tal superlotação, na sua versão, resulta em casos de morte por asfixia.
Para o governante, de facto, a reclamação é legítima, mas sensibilizou a comunidade para dar “tempo ao tempo”, prometendo, entretanto, levar a preocupação até a instituição visada pelo facto de o comboio constituir o maior transporte de pessoas e bens, mais barato e seguro a nível mundial.

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