A construção da estrada Cuamba/Lichinga deverá iniciar próximo ano, uma vez assegurados os fundos para o efeito. O valor é garantido pelo Fundo Africano de Desenvolvimento na ordem de cinquenta milhões de dólares, visando proporcionar infraestruturas fiáveis e eficientes capazes de responder aos novos desafios comerciais da sub-região e melhorar a competitividade global.
De acordo com o Vice-Ministro da Justiça, Alberto Nkutumula, o valor foi disponibilizado a título de crédito para financiar a chamada fase III do projecto de reabilitação do “Corredor de Nacala”, na região norte do país.
Na sessão de ontem do Conselho de Ministros o Governo aprovou uma resolução que ratifica o acordo de crédito celebrado a 15 de Março com o fundo e outra que aprova o donativo na ordem de 230 mil dólares para a realização da mesma obra na componente elaboração de estudos.
A concessão destes financiamentos vai permitir, primeiro, a contratação de um consultor para a elaboração dos projetos de reabilitação do corredor e posterior lançamento de um concurso público que vai selecionar o empreiteiro a quem será adjudicada a obra.
A previsão é de que estes processos decorram de forma eficiente para permitir que as obras possam arrancar no fim da próxima época chuvosa em 2014.
Segundo Nkutumula, o financiamento constitui um passo fundamental para a consolidação da ligação rodoviária entre as províncias de Nampula e Niassa e também para o hinterland (Zâmbia e Malawi), garantindo transitabilidade durante todas as épocas do ano.
Com o estado avançado das obras da primeira fase do projecto do “Corredor de Nacala”, no troço Cuamba-Nampula, pretende-se agora concluir a ligação à cidade de Lichinga, no Niassa, num futuro breve.
Espera-se que a conclusão das obras traga benefícios inestimáveis à economia da região, em geral, e do país, em particular, através da melhoria da transitabilidade, aumento das atividades económicas e sociais bem como pela criação de mais empregos. Por outro lado, Niassa e os países do hinterland poderão beneficiar de um acesso mais rápido ao Porto de Nacala, incrementando a integração regional e alargando o comércio internacional. O entendimento do Governo é de que as infraestruturas fazem parte da rede viária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), daí a necessidade da sua reabilitação com vista a flexibilizar a integração regional e, consequentemente, facilitar a livre circulação de pessoas e bens.
A Zâmbia está interessada em expandir o uso dos portos marítimos moçambicanos e, para o efeito, tem em vista a construção de linhas-férreas e outras infraestruturas para explorar o potencial de que Moçambique dispõe com vista a reduzir os custos na importação e exportação de bens. Nacala possui importância considerável para o sudeste africano, uma vez que vai viabilizar o transporte eficiente da produção de fosfato, carvão, cobre e produtos agrícolas de Moçambique, Malawi e Zâmbia, ajudando a transformar a riqueza de recursos naturais em prosperidade económica para as sociedades desses países.
Ainda ontem, o Conselho de Ministros aprovou, entre outras matérias, a criação dos Conselhos Provinciais e Distritais do Avanço da Mulher, que serão dirigidos pelos respetivos secretários permanentes de província ou distrito. O Conselho Nacional para o Avanço da Mulher passa a integrar também os Ministérios da Planificação e Desenvolvimento e o da Função Pública.

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