“Um dos principais ‘motores’ do novo paradigma pós-crise terá um grande eixo em torno do binómio energia-ambiente, que vai alimentar a economia e todo um conjunto de novos equipamentos, produtos e serviços inerentes ao desenvolvimento sustentável”, disse o presidente da AIP-CE, Jorge Rocha de Matos, durante a sua intervenção na abertura do “3º Fórum Empreendedorismo – Garantir o Futuro das PME”, evento realizado pela empresa SPGM - Sociedade de Investimento, S.A., no dia 26 de Novembro, no CCL.

“Num mundo cada vez mais multipolar”, a tendência dos agentes económicos apontará para “uma maior clusterização entre novas tecnologias e tecnologias maduras, sobretudo com o desenvolvimento de novas funcionalidades e artefactos que delas decorrem, ou seja, a massificação dos bens e serviços da sociedade da informação”, precisou o presidente da AIP-CE.

Rocha de Matos aconselha “investir no reforço da cadeia de valor das empresas e da economia”, sendo “importante conhecer as tendências inerentes ao novo paradigma em que se vai alicerçar a economia no pós-crise”, de modo a “preparar as empresas portuguesas, particularmente as PME, para os desafios que daí decorrem”.

Redimensionar e modernizar as empresas, e apostar na cooperação e nas redes de suporte à actividade empresarial “afiguram-se uma condição para as PME ganharem a massa crítica que lhes confere capacidade para acederem e afirmarem-se nos mercados externos”, observou o líder da AIP-CE.

Mais de 73% das exportações portuguesas têm como mercados de destino os da UE, situação que, segundo Rocha de Matos “nos torna não só vulneráveis a qualquer crise dos mesmos, como deixa de fora uma parte significativa dos mercados mais dinâmicos da actualidade”.

Daí ser oportuno as empresas apostarem noutras áreas geográficas, como os mercados da CPLP e Mercosul, “onde se insere uma das grandes economias emergentes da actualidade que é o Brasil, a África do Sul, as economias mais exigentes do espaço da NAFTA, e os mercados do Magrebe, entre outros”, referiu Rocha de Matos.

Esta estratégia euro-atlântica “tem como foco trazer para o terreno da internacionalização, particularmente a nível da exportação, uma franja das PME muito superior à actual, por forma a que se atinja uma participação das exportações no PIB não inferior a 40%, contra os cerca de 32% actualmente, explicou o dirigente máximo da AIP-CE.

“Alargar e enriquecer a carteira de actividades, produtos e serviços transaccionáveis com que Portugal se expõe perante a globalização”, e a “defesa do mercado interno e da economia de proximidade em sistema aberto” são, recordou Rocha de Matos, os principais objectivos com que se confronta a economia portuguesa e nos quais a AIP-CE, em estreita parceria com a AEP, alicerça as suas propostas”.

O “3º Fórum Empreendedorismo – Garantir o Futuro das PME” contou com a intervenção de dirigentes empresariais, e responsáveis de entidades públicas e privadas. No evento foram debatidas as estratégias para a saída da crise e as vias para o relançamento das PME, após uma fase de grande retracção nos mercados.


Fonte: AIP