A Administração do Porto de Lisboa vai investir dez milhões de euros na requalificação da zona da doca de Pedrouços, num projecto que abrange a capital e o concelho de Oeiras e que estará concluído até Janeiro de 2012.
Nessa altura, a nova marina terá de ser entregue à organização da Volvo Ocean Race, a mais importante regata a nível mundial, que no início daquele verão vai passar pela primeira vez no país.
Durante a apresentação da intervenção urbanística, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, explicou que a prova desportiva foi um contributo para acelerar a requalificação e afirmou ser necessário “alertar os agentes económicos para se prepararem” para a oportunidade criada com a reconversão de Pedrouços.
“Os investimentos programados têm a ver com obras imediatas de preparação do porto, mas seguramente que outros investimentos vão ter lugar, através da concessão e ligados à marina. Haverá impactos económicos directos, indirectos e induzidos, certamente que vão atrair muitos outros investimentos privados”, referiu o ministro.
Numa primeira fase, as obras a cargo da Administração do Porto de Lisboa envolvem, por exemplo, a recuperação de molhes e muros, a instalação do equipamento de acolhimento de embarcações, a limpeza geral e a demolição de edifícios.
Com o acordo das autarquias, que não terão custos directos com as intervenções, será aberto um concurso para escolher o concessionário e só depois haverá um concurso de ideias para encontrar a melhor solução arquitectónica.
“Será uma área muito pouco construída, essencialmente um espaço aberto para acolher eventos temporários e com espaço público de grande qualidade. Não se prevê, ao contrário de projectos antigos, grandes edifícios de ocupações múltiplas e habitação”, adiantou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado.
Segundo o também vereador do Urbanismo, haverá um esforço para aproveitar a construção existente – duas grandes naves em betão armado de apoio à pesca, referências da arquitectura dos anos 1950/60 , serão reconvertidas para restauração, comércio e outras actividades ligadas à náutica de recreio.
Mais a sul, numa área que também servia a DocaPesca, haverá demolições de acordo com um plano ainda não detalhado.
Satisfeito com a criação de um pólo com grande potencial lúdico e turístico, o presidente do município de Oeiras (abrangido por uma zona de construção nova) destacou o fim da “ideia majestática do Porto de Lisboa, que tudo podia fazer sem dar satisfações”.
“É indiscutível que vai haver uma transformação extraordinária que vai ter um impacto positivo na região e no país e vem chamar a atenção para a necessidade de os municípios, na ausência de uma autoridade metropolitana, serem capazes de se associar”, acrescentou Isaltino Morais.

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