Ou atuam rapidamente para fomentar uma retoma consistente da economia real – geradora de emprego, impulsionadora de desenvolvimento – ou perder-se-á o fôlego que ainda resta aos que o podem fazer… Ao desindustrializar-se aceleradamente, a Europa desumaniza-se também: deixaram que o processo adquirisse proporções incontroláveis, liquidando desígnios de competitividade baseados na evolução tecnológica, na ciência, na pesquisa e no dinamismo empresarial.
Em meados de 2012 – perante avisos e ameaças evidentes – as instituições que regem, com óbvio autismo, os destinos dos muitos milhões de habitantes deste velho continente deram algumas esperanças ao anunciarem ambiciosos planos de fomento industrial, consignando fundos e mecanismos de incentivos ao investimento ou desoneração fiscal para uma recuperação da empregabilidade e reconstrução dos ciclos, insubstituíveis, que interligam a formação, a produção e o comércio.
Até agora nada ou pouco. Não apenas negligenciam, como limitam quaisquer ações corretivas fora da sua chancela. Colhem benefícios do caos humano que já se vive? Haverá vantagens invisíveis na demolidora desvalorização de ativos? Será pura incompetência ou uma estratégia miserabilizante – a crença num ressuscitar que, após o dilúvio, reative milagrosamente as atividades que sustentam ainda as suas próprias existências? Ao menos deixem a iniciativa actuar. Permitam que as sociedades, as pessoas, encontrem autonomamente vias de salvação livres de regulações disfuncionais, legislação ignorante, fiscalidade incumprível, massiva e volátil. Uma pobreza produtiva? Existe sim, mas todos os que a têm tido querem mesmo livrar-se dela.