A solução para a crise de transporte que afeta as cidades de Maputo e Matola em particular e o país, em geral, passa pelo envolvimento de ações do Governo, os municípios, as associações de transportadores e os operadores privados.

Esta posição foi apresentada, esta semana, em Maputo, pelos participantes de um debate público sobre “O futuro dos chapas na área metropolitana de Maputo”, sob moderação do investigador da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), António Matos.

Na ocasião, António Matos, explicou que o país tem condições para solucionar a crise, mas, para tal, é preciso conceber que isso passa pela inclusão de todas as partes envolvidas na instalação, gestão e operação do sistema de transporte.

Matos, apontou, por exemplo, que já foi proposta a criação de um órgão técnico e autónomo que serviria de interlocutor entre o Estado e os operadores privados que poderia ajudar a encontrar soluções específicas envolvendo pessoas que percebem da matéria.

Acrescentou que outras propostas apresentadas às autoridades que tutelam o sector dos transportes incluem o uso do comboio como serviço diário para a circulação de pessoas de um ponto para o outro.

“Uma viagem de comboio pode transportar acima de mil pessoas, quantidades consideradas bastante superiores as transportadas pelas viaturas de transporte público e privado de passageiros por cada carreira”, esclareceu.

Reconheceu que serão necessários estudos adicionais para encontrar soluções para a crise que afecta as grandes cidades ouvindo também a opinião das pessoas que vivem o dia-a-dia do problema e valorizar as suas propostas.

Por sua vez, Luís Munguambe, da Federação Moçambicana dos Transportes Rodoviários (FEMATRO), referiu que existem algumas propostas entregues ao Governo a quem cabe aprovar ou não.

Apontou, por exemplo, a necessidade do estabelecimento de mecanismos de segurança pública para permitir que os operadores possam trabalhar até mais tarde e garantir que os privados auxiliem os transportes públicos até a última carreira.

“Sempre participamos nas reuniões com o Governo para a solução da crise de transportes, mas nós temos que respeitar as propostas aprovadas pelo executivo”, explicou Munguambe.

A mesma posição foi apresentada por Samuel Nhatitima, da Associação dos Transportes Rodoviários de Maputo (ATROMAP), ao afirmar que a sua agremiação chegou a propor soluções para o problema do encurtamento de rotas.

“Nós sabemos que as pessoas que vivem nos bairros distantes exigem o fim do encurtamento de rotas e nós já chamamos atenção aos nossos associados para exigirem o fim destas práticas aos seus trabalhadores”, apontou.

Os cidadãos presentes no debate apresentaram várias questões que continuam a preocupar os passageiros, com destaque para o encurtamento de rotas, o horário praticado pelos transportadores privados e ainda a circulação de “chapas” sem a necessária comodidade, entre outras.
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