Infraestrutura das cidades europeias demasiado vulnerável a cheias

Infraestrutura das cidades europeias demasiado vulnerável a cheias

Eventos recentes de chuvas intensas devastadoras na Europa levaram a consequências monetárias significativas. A nova Diretiva de Resiliência de Entidades Críticas (CER) destaca ainda mais a necessidade de infraestrutura urbana resiliente.

A Sweco realizou um extenso relatório “Urban Insight” sobre a vulnerabilidade da infraestrutura crítica aos riscos climáticos. O estudo, que explorou as políticas e perspectivas de 26 cidades europeias, destaca a necessidade urgente de uma avaliação abrangente de riscos e gestão para aumentar a resiliência da infraestrutura crítica.

Eventos extremos de chuvas estão a aumentar na Europa, com expectativa de crescimento na frequência e intensidade devido às mudanças climáticas. O novo relatório “Urban Insight” da Sweco, “Esperar o Inesperado: Inundações e Infraestrutura Crítica”, reconhece que fatores como urbanização, infraestrutura desatualizada e localização geográfica influenciam significativamente a exposição aos riscos climáticos.

Esses eventos podem causar danos diretos e indiretos substanciais, com custos de inundações induzidas por chuvas (em 2021 superando 38 mil milhões de euros apenas nos Países Baixos, Bélgica e Alemanha). O Centro Comum de Pesquisa da UE descobriu que os danos anuais à infraestrutura crítica da Europa poderiam ser dez vezes maiores no final do século. De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, o dano anual médio relacionado ao clima em toda a UE foi de 15,9 mil milhões no período de 2011 a 2020 e espera-se que aumente.

“Para melhorar a resiliência da infraestrutura crítica, precisamos de analisar a vulnerabilidade ao nível dos ativos, considerando fatores como localização, construção e design. Devemos também reconhecer a interdependência dos sistemas de infraestrutura e evitar efeitos em cascata por meio da cooperação entre cidades e autoridades que gerenciam a infraestrutura”, diz o co-autor Martijn Steenstra, especialista em adaptação climática da Sweco nos Países Baixos.

A Diretiva CER colocará mais pressão sobre as cidades para garantir serviços essenciais ininterruptos em 11 setores críticos. O relatório da Sweco reconhece a importância da infraestrutura social, como hospitais, creches e instalações para idosos, e pede a combinação de ações para redução da exposição, mitigação da vulnerabilidade e redução do impacto, com foco em timing e eficiência de custos. Os impactos emocionais e psicológicos das falhas na infraestrutura não devem ser negligenciados, incluindo estresse e medo entre as populações afetadas.

“Ficámos surpresos ao descobrir que apenas 27% das políticas de resiliência estudadas mencionavam lares para idosos e creches – abrigando alguns dos grupos mais vulneráveis em nossas sociedades. Os tomadores de decisão devem priorizar a construção em áreas menos perigosas e até considerar a realocação durante as atualizações. Evitar a exposição é frequentemente a solução mais robusta”, diz Martijn Steenstra.

O estudo da Sweco destaca a importância de uma abordagem holística e interdisciplinar para construir resiliência na infraestrutura crítica como um caminho para um futuro mais resiliente. Legisladores, gerentes de projeto e cidades devem colaborar para avaliar e mitigar abrangentemente os riscos climáticos, abrangendo exposição a perigos, vulnerabilidade de ativos, efeitos em cascata e impactos no meio ambiente, economia e cidadãos.

Resumo das principais descobertas:

1. Avaliar Vulnerabilidade e Impacto: Além da exposição, as avaliações de risco devem analisar a vulnerabilidade ao nível dos ativos, considerando localização, construção e design.
2. Estudar Efeitos em Cascata: Reconhecer a interdependência dos sistemas de infraestrutura e avaliar os efeitos em cascata por meio da cooperação entre entidades gestoras.
3. Incluir Infraestrutura Social: Reconhecer a importância da infraestrutura social nos esforços de resiliência e abordar os impactos emocionais e psicológicos das falhas na infraestrutura.
4. Estabelecer Metas Claras: Estabelecer metas orientadas para a ação, levando em consideração níveis de risco aceitáveis e investimentos eficientes.
5. Criar Sinergia no Nível do Ativo: Combinar ações para redução da exposição, mitigação da vulnerabilidade e redução do impacto, com foco em timing e eficiência de custos.
6. Escolher a Localização Certa: Priorizar a construção em áreas menos perigosas e considerar a realocação durante as atualizações.
7. Estabelecer Requisitos Funcionais: Desenvolver padrões específicos do setor para infraestrutura resistente ao clima.

Comparação de Descobertas em Percentagens:

– Menos de 4% das políticas estudadas de gestão climática e de água mencionaram objetos financeiros, como bancos.
– Apenas 27% das políticas estudadas mencionaram lares de idosos e creches.
– 77% das políticas estudadas mencionaram o setor elétrico em relação a inundações induzidas por chuvas.
– Prisões não foram mencionadas uma única vez nas políticas estudadas de gestão climática e de água.
– 73% das políticas estudadas mencionaram redes viárias.
– Objetos de ordem pública, como centros de crise, foram mencionados em menos de 4% das políticas estudadas.
– Apenas 39% das políticas estudadas mencionaram o setor de telecomunicações/TI em relação a inundações induzidas por chuvas.
– Mais de 55% das políticas referiram-se a objetos de abastecimento de água, como estações de água potável, enquanto apenas 40% das políticas mencionaram estações de tratamento de esgoto.

Fonte: Sweco




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