Influência na saúde humana da oscilação de edifícios e outras estruturas

Uma equipa de investigadores das universidades de Exeter e Bath, no Reino Unido, está a estudar a forma como a oscilação, característica de edifícios de grande altura e outras estruturas de engenharia civil, tais como pontes, pode ter uma influência negativa na saúde humana.

Uma grande parte dos seres humanos, especialmente aqueles que habitam zonas urbanas, passam cerca de 90% do seu dia-a-dia, no interior de estruturas que vibram de forma permanente, sendo os efeitos, a longo prazo, destas vibrações estruturais, ainda muito pouco conhecidos.

Alguns estudos anteriores indicam que mesmo movimentos subtis, de muito baixa amplitude, podem ser percecionados pelos ocupantes de edifícios, provocando cansaço, enjoos e má disposição. O trabalho dos investigadores britânicos pretende agora perceber se esses mesmos movimentos têm influência no comportamento e desempenho laboral (em particular na dificuldade de concentração) das pessoas e se podem afetar, de forma permanente, a sua saúde, induzindo distúrbios neurológicos graves.

Integrado no projeto de investigação está a construção de simuladores para recriar a experiência de trabalhar nos andares cimeiros de um arranha-céus ou de andar sobre o tabuleiro de uma ponte suspensa.

Estes simuladores recrearão os movimentos de oscilação através da combinação de dispositivos mecânicos com tecnologias de realidade virtual. Para obter os resultados desejados, a equipa de projeto foi constituída tendo por base a multidisciplinariedade dos seus constituintes, integrando engenheiros civis, médicos, psiquiatras e psicólogos. Estes profissionais poderão explorar o fenómeno das oscilações nas suas diferentes vertentes.

O equipamento de simulação, terá assim, como função, não só reproduzir os movimentos cíclicos, mas também o ambiente envolvente, a temperatura, humidade, ruído, qualidade do ar e até os cheiros característicos de um determinado tipo de estrutura ou edifício.

O objetivo final do estudo é perceber como mitigar o impacto das oscilações, criando um ponto de partida para a elaboração de normas construtivas e recomendações de dimensionamento que permitam aos engenheiros civis, arquitetos e planeadores, projetar, construir e reabilitar estruturas mais saudáveis.

No total o projeto terá um financiamento superior a 7 milhões de libras, contando, nesse âmbito, com o apoio do Conselho de Investigação em Engenharia e Ciências Físicas (EPSRC).
O estudo terá lugar num novo centro de investigação e ensaio, que se centra no desenvolvimento de soluções de dimensionamento que tenham a saúde e bem estar dos seres humanos como primeira prioridade.




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