Noruega recorre a agregados britados locais para tornar a produção de betão e misturas betuminosas mais sustentável

A rápida expansão das cidades norueguesas e o uso intensivo do betão nas construções urbanas e de betuminosos na execução de novas vias está a determinar a transição, no setor da construção do país, do uso dos tradicionais agregados naturais (não “transformados”), cada vez mais escassos, para os agregados britados provenientes de afloramentos rochosos locais.

Esta escassez de agregados naturais na periferia das cidades implica que aqueles tenham de ser transportados de fontes cada vez mais distanciadas do seu local de aplicação. Isto implica um aumento muito significativo do custo e das emissões de gases poluentes decorrentes do seu transporte.

A Fundação para a Pesquisa Científica e Industrial (SINTEF) está a estudar a reversão desta situação por intermédio da introdução de alternativas mais amigas do ambiente. Para tal os investigadores noruegueses estão a testar diferentes soluções, em unidades industriais de extração e produção de agregados localizadas em vários pontos do país.

Uma das medidas consideradas mais viáveis é a adoção da produção de agregados, para betão e misturas betuminosas, através da mistura de rocha britada com inertes naturais. Embora o agregado britado seja de uso comum em diferentes países europeus, na construção de edifícios e estradas, é tradicionalmente preterido pelos agregados naturais devido, até há pouco tempo, à sua disponibilidade em quantidades elevadas, um pouco por todo o país.

O processo de transformação da rocha em agregados para a construção implica um cuidado controlo de qualidade, de forma a que aqueles não possuam formas pouco uniformes, com facetas acentuadas e extremidades pontiagudas, que colocam em causa a trabalhabilidade e a estabilidade do betão.

Em vez da introdução de tecnologias e processos inovadores, o instituto norueguês optou pelo uso mais inteligente das matérias primas disponíveis, o que permitirá a produção de agregados mais económicos e com menores custos ambientais, sem o encarecimento desmesurado dos custos de construção, imparável nos últimos anos, em algumas zonas do país.

Outra medida que os engenheiros noruegueses da SINTEF consideram de grande eficácia na redução dos custos de obras públicas é o transporte do agregado, sempre que possível, por barco. Este meio oferece capacidades situadas entre as 800 e 1500 toneladas, ao contrário dos camiões correntes que permitem o transporte de apenas 30 toneladas de cada vez.

Fonte: SINTEF; EngenhariaCivil.com




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